Foto: Rian Lacerda (Diário)
A rede municipal de ensino de Santa Maria terá aulas suspensas nesta quarta-feira (6) por conta da paralisação organizada pelo Sindicato dos Professores Municipais (Sinprosm). De acordo com Juliana Moreira, coordenadora de Organização e Patrimônio do Sinprosm, o ato marca o início de um cronograma de mobilizações aprovado em assembleia no dia 24 de julho, que prevê paralisações semanais e progressivas, caso o governo não avance nas negociações com a categoria.
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Durante a manhã de quarta, os professores realizam um ato com concentração, às 9h, na Praça Saldanha Marinho. Em seguida, seguem em caminhada até a prefeitura, onde haverá manifestações. À tarde, a categoria participa de uma audiência pública sobre educação na Câmara de Vereadores, com concentração a partir das 17h.
Falta de valorização
Juliana reforça que o principal motivo da paralisação é a falta de valorização profissional dos professores. Segundo ela, de acordo com a lei do piso nacional, o reajuste dos professores está atrasado desde janeiro. Ela também citou reivindicações como a ausência de condições adequadas nas escolas.
— A sobrecarga de trabalho e a falta de condições vêm adoecendo os professores e vêm impactando no atendimento das crianças dos estudantes da rede de ensino — disse.
O calendário de mobilizações definido em assembleia prevê o aumento gradual das paralisações. Na próxima semana, estão previstos atos na segunda (11) e terça-feira (12). A coordenadora explicou que, caso o governo não entre em acordo nem inicie uma negociação com soluções, o sindicato deve decidir os próximo passos.
Reunião sem avanços
A dirigente lembrou que houve um encontro entre representantes do sindicato e o prefeito Rodrigo Decimo (PSDB), mas, de acordo com ela, o diálogo não resultou em avanços.
— Levamos as pautas da categoria para o debate. Não houve avanço. Inclusive, logo a seguir dessa reunião, a prefeitura publicou o decreto que ampliou por mais 90 dias a questão da contenção de despesa. Esse decreto, provavelmente, já estava até assinado na hora da reunião, mas ele não foi, em nenhum momento, mencionado para os professores. [...] A prefeitura mantém essa ideia de diálogo e de transparência com a qual tratam nossas questões, mas que, na verdade, não é verdadeira — diz.
A expectativa do sindicato é de ampla adesão à paralisação.
— Temos a expectativa que, pela indignação dos colegas, a adesão seja grande. Escolas em que os professores aderirem à paralisação, estão comunicando as comunidades que não tem aula, não tem atividade nas escolas. Cada escola tem seu meio de se comunicar com a sua comunidade — explica
Atualmente, a rede municipal de Santa Maria conta com cerca de 2 mil professores e 1,4 mil servidores.
Por parte da prefeitura, a Procuradoria-Geral do município deverá ser encarregada de falar sobre as reivindicações da categoria. Na semana passada, o governo Rodrigo Decimo (PSDB) baixou novo decreto barrando reajuste salarial do funcionalismo devido à crise financeira do Executivo, provocada, principalmente, pelo déficit da Previdência. Em março, a prefeitura já havia adotado medidas com bloqueio de Orçamento e corte de despesas.